Linha Imaginária

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domingo, 11 de dezembro de 2011

Keith Jarrett grava "Rio" - uma homenagem ao Brasil

Capa do disco Rio (ECM - 2011) de Keith Jarrett - Divulgação


O pianista norte americano Keith Jarrett, mundialmente conhecido por suas composições frenéticas e suas interpretações descompassadas - fora do andamento - apresentou-se no dia 9 de abril deste ano, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro para um concerto solo.

Sentado a seu piano Steinway e acompanhado da fotógrafa Daniela Yohannes, ele (Jarrett) tocou de um só folêgo - sem partitura, nem ensaio - 15 músicas inéditas, as quais segundo o mesmo, compôs durante a apresentação!


O pianista Keith Jarrett em performance na década de 70 - Divulgação


O resultado dessa divagação sai agora no Brasil pelo selo ECM Records (distribuído no país pelo selo Borandá) com o título sugestivo de Rio.

"Eu não sabia o que ia fazer. Não escrevi nada, foi tudo de improviso. Sem melodias, sem harmonias. Foi minha tentativa de estabelecer uma conexão com a cultura brasileira". Disse o pianista ao jornal O Estado de São Paulo.

O disco propõe uma viagem pelas paisagens brasileiras. Com faixas que trazem uma cadência de bossa nova, outras que avançam pelo blues e pelo funk, Keith Jarret mergulha na cultura nacional. As faixas não tem nome, apenas números, o que prova a total liberdade de improviso já conhecida de seus fãs, agora registrada nessa singela homenagem ao Brasil.

Para os céticos é bom lembrar que a proposta de Rio passa muito longe das fórmulas já manjadas de música brasileira reconhecidas nas gravações de músicos como Stan Getz e Eumir Deodato. O disco traz a incursão e reflexão de Jarrett da cultura brasileira. "Nunca me senti habilitado a gravar música brasileira. É uma sintaxe muito familiar para mim, mas não é uma música que eu domine. Isso é assim no mundo todo. No Japão, é difícil você se aproximar da essência da música japonesa. Na Europa, você tem a música clássica, a pintura. Na América, você tem o jazz. Formas cristalizadas. Mas eu não tinha ainda a ousadia de tentar me aproximar da música brasileira", disse o pianista.

O disco Rio já pode ser encontrado nas principais lojas, ou blogs especializados em música instrumental. Abaixo uma pequena mostra desse que promete ser um dos melhores lançamentos do fim do ano.





http://www.4shared.com/photo/r5PhEtMO/keithjarrett_rio.html

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

We Want Miles! - Exposição traz o melhor de Miles Davis


A exposição "Queremos Miles - Miles Davis Lenda do Jazz" instalada no Sesc Pinheiros - São Paulo - é sem dúvida nenhuma indispensável para aqueles que assim como eu são fanáticos pela carreira de Miles Davis!

Já na entrada o visitante é lançado na atmosfera da música do príncipe das trevas do jazz! É possível notar a disposição montada cronologicamente das diferentes fases da carreira do músico.

No primeiro ambiente da mostra foi colocado um vídeo do trompetista e uma gravação com sua voz ensaiando com outros músicos nas décadas de 40 e 50, época em que ele realizou suas primeiras gravações.

Ainda no começo estão alguns discos com as primeiras gravações do jovem Miles que começou sua carreira gravando com ninguém mais ninguém menos que Charlie Parker e Dizzy Gillespie - para os já familiarizados dispensa-se qualquer apresentação - além de fotos de sessões de gravação com Bird e Dizzy.





Ao adentrar mais fundo (lá para a 3ª parte da exposição) o visitante depara-se com a clássica fase da carreira de Miles - Kind Of Blue - albúm de jazz mais vendido no mundo segundo a RIAA (Associação das Indústrias Fonográficas Americanas).





Nessa parte foram colocadas as partituras originais usadas durante as gravações, além de fotos das sessões em estúdio e até o clássico saxofone tenor usado por John Coltrane.


saxofone tenor - modelo utilizado por John Coltrane (Divulgação)


Logo após vem a fase do segundo quinteto - composto por Wayne Shorter, Herbie Hancock, Ron Carter e Tony Williams. Além de ouvir os clássicos discos Nefertiti, Miles Smiles e Sorcerer, o visitante também depara-se com um telão aonde é exibido uma apresentação do grupo tocando o tema Walkin de 1967.




No ambiente seguinte chega-se ao começo da fase elétrica, aonde estão expostas as capas dos clássicos discos In A Silent Way e Bitches Brew - época em que Miles passou a tocar acompanhado por instrumentos elétricos como a guitarra e o piano elétrico. Fotos de Miles acompanhado de músicos como Chick Corea e Keith Jarrett, além de outro vídeo do clássico concerto da Ilha de Wight foram colocados nessa parte da exposição.



Lá para o final, foram colocados objetos que pertenceram ao músico como as famosas jaquetas coloridas usadas nas turnês de lançamento dos discos Star People, e We Want Miles na década de 80, além de engraçadas peças publicitárias e comerciais de TV que ele participou (incluindo um vídeo de uma participação especial no seriado Miami Vice aonde Miles interpretou um dono de prostíbulo e um comercial de TV de uma marca de Vodka).



jaquetas utilizadas por Miles na década de 80 em exposição no Sesc Pinheiros / (Divulgação)


A Exposição Queremos Miles fica aberta ao público de terça a sexta feira das 10h30 às 21h30, e aos sábados, domingos e feriados das 10h30 às 18h30 até o dia 22 de janeiro de 2012 no Sesc Pinheiros - Rua Paes Leme, 195/ Tel: (11) 3095-9400.

Vale a pena conferir!

A entrada é franca!